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diálogos, propuestas, historias para uma cidadania mundial

Entre a Cruz e a Espada

Margarida Costa ROSAS

08 / 1996

Temos vivido um período de muitos e novos desafios, decorrentes de uma transformação geral na nossa sociedade, que tem tantas palavras-chaves: GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA, DA INFORMAÇÃO, NOVAS TECNOLOGIAS, NEO-LIBERALISMO...

O que antes era bom, hoje não é mais; o que antes era moderno, avançado, hoje é coisa do passado; coisas que considerávamos importantes, hoje se tornam supérfluas; valores que achávamos justos e bons, já não norteiam nada, não prestam mais.

Este momento presente tem nos forçado à uma outra realidade onde não temos mais, apenas dois lados: ou é preto ou o branco; ou é o bem ou o mal; ou a vida ou a morte.

Nosso cérebro, obrigatoriamente, deixa de ser maniqueísta (mesmo que interiormente ainda continuemos assim).

Agora existe o cinza e suas nuances, existe o mal que é menos ruim (todos os sapos que temos que engolir!), ou mesmo o bem que não é tão bom.

Agora a morte, muitas vezes, é melhor que a vida - pelo menos, acham alguns - para muitos que sobrevivem como ratos nos esgotos da cidade.

Agora, matar ou morrer pouco importa, desde que consigamos um minuto de fama, uma pedra de crack, um gole de cachaça.

E é nesse confronto cotidiano de dúvidas, paradoxos, incógnitas que o educador tem que atuar/reagir/relacionar-se.

Só que não existe um toque de Midas que transforme caos em luz e cor.

Temos que jogar fora nossas roupas/peles e nos vestir de vento e flor, pois cabe ao educador comprometido com a causa dos excluídos, uma postura aberta, honesta, autêntica que busque o estabelecimento da confiança e participação em sala de aula, alunos e educador negociando seus espaços/limites, sendo cúmplices do mesmo jogo.

E essa postura tem que se remeter, talvez, aos princípios da coletividade onde a solidariedade não era apenas uma palavra, mas uma ação coerente e espontânea.

Palavras-chave

educação popular, educação, mudança social


, Brasil, Caruaru, Pernambuco

Notas

Através do insentivo à produção e leitura de fichas de capitalização de experiências pedagógicas, a rede BAM pretende favorecer a um processo de formação continuada junto a coletivos de educadores de jovens e adultos (hoje, existentes nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco). Está apoiado numa metodologia que valoriza a autoria e promove a interação entre educadores de diferentes contextos.

Fonte

Texto original

SAPÉ (Serviços de Apoio à Pesquisa em Educaçào) - Rua Evaristo da Veiga, 16 SL 1601, CEP 20031-040 Rio de Janeiro/RJ, BRESIL - Tel 19 55 21 220 45 80 - Fax 55 21 220 16 16 - Brasil - sape (@) alternex.com.br

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