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diálogos, propuestas, historias para una Ciudadanía Mundial

A indústria da cana na República Dominicana

Petrolina URENA

07 / 2007

As primeiras plantações de cana-de-açúcar foram introduzidas na República Dominicana pelos colonizadores espanhóis, no princípio do século XVI. Atualmente, a agricultura é um dos setores mais importantes da economia nacional, sendo que a cana-de-açúcar é o principal produto agrícola. O setor está concentrado em três empresas, que controlam 75% das plantações de cana: o Consejo Estatal del Azúcar (CEA), que detém 50% da produção, a Casa Vicini, uma empresa nacional, e a Central Romana, uma empresa estrangeira. A maior parte da produção está localizada no Sudeste do país.

Migração

Durante muitos anos houve conflitos sobre os limites fronteiriços entre Haiti e República Dominicana, que foram definidos a partir de um tratado assinado em janeiro de 1929. Porém, milhares de haitianos permaneceram em território dominicano, a maioria servindo de força de trabalho nos canaviais.

Até hoje o setor depende fundamentalmente de imigrantes haitianos, que representam 90% da mão-de-obra no corte da cana. As estimativas do número de imigrantes haitianos na República Dominicana variam de 500 mil a 1 milhão. O próprio governo dominicano muitas vezes estimula a imigração haitiana, como forma de conseguir mão-de-obra barata nos canaviais. Porém, os imigrantes não têm acesso a direitos básicos e frequentemente são deportados depois que sua força de trabalho é explorada.

Um dos principais problemas desses imigrantes é que legalmente é como se não existissem. São conhecidos como ‘cidadãos sem país’, pois não possuem nenhum tipo de cidadania. Muitos haitianos já chegam à República Dominicana sem possuir documentos e permanecem dessa forma. Os filhos desses imigrantes nascidos no país não são reconhecidos como cidadãos e não recebem certidões de nascimento.

As comunidades de imigrantes haitianos são chamadas de Bateyes. As condições de vida nessas comunidades são de extrema pobreza e os imigrantes moram geralmente em barracos superlotados, sem luz, saneamento básico ou água potável. Não há serviço de saúde, espaços recreativos ou escolas.

A palavra Batey é proveniente do idioma indígena dos Taínos, que originalmente habitavam a região e foram convertidos em escravos durante a colonização espanhola. Atualmente, as condições de trabalho dos imigrantes cortadores de cana podem ser caracterizadas como análogas à escravidão.

Eles enfrentam condições de trabalho muito difíceis, trabalham em média 12 horas por dia e sofrem ameaças de deportação quando procuram se organizar para garantir seus direitos. Muitos não falam o espanhol e isso dificulta ainda mais sua organização.

Os acidentes no corte da cana são freqüentes e muitos deixam os trabalhadores mutilados. Quando deixam de trabalhar, os canavieiros não têm direito à aposentadoria ou pensão. Os salários são extremamente baixos e baseados na quantidade de cana cortada, e não no número de horas de trabalho. Os trabalhadores não têm controle sobre a pesagem de sua produção e muitas vezes não sabem nem mesmo quanto irão receber por tonelada de cana cortada.

Palabras claves

inmigrado, condiciones de trabajo, caña de azúcar, violación de los derechos humanos, jornalero, producción agrícola


, República Dominicana, Haití

dosier

Agroenergia: Mitos e impactos na América Latina

Notas

Os textos e o manifesto “Tanques Cheios às Custas de Barrigas Vazias” foram apresentados no Seminário sobre a Expansão da Indústria da Cana na América Latina, de 26 a 28 de fevereiro de 2007, em São Paulo.

Este dossiê « Agroenergia: Mitos e impactos na América Latina » está também disponível em inglês, espanhol e francês.

Fuente

Petrolina Urena, Seminário sobre a Expansão da Indústria da Cana na América Latina, 26 a 28 de fevereiro em São Paulo.

Esclavos de la caña

República Dominicana: Empoderamiento en los campos de caña de azúcar

El Movimiento Socio Cultural para los Trabajadores Haitiano

Comissão Pastoral da Terra - Rua Esperanto, 490 - Recife, BRASIL - Tel. / Fax: 55-81-3231-4445 - Brasil - www.cptpe.org.br - cptpe (@) terra.com.br

Rede Social de Justiça e Direitos Humanos - Rua Castro Alves, 945 - São Paulo, SP, BRAZIL - Tel.: 011 3271 1237/3275 4789 - Fax.: 011 3271 4878 - Brasil - www.social.org.br - rede (@) social.org.br

menciones legales