Portugal viveu um período extremamente dinâmico nos primeiros anos após a Revolução de Abril de 1974. A nível das aldeias e das cidades, no locais de trabalho, nos bairros, nas escolas desenvolveu-se uma grande participação popular. A " normalização" fez-se, a pouco e pouco, pela obrigatoriedade em institucionalizar todo o tipo de comissões que praticavam participação directa. Um grupo de pessoas que se conheceram nesse processo sentiam um grande descontentamento, desprazer e desmotivação com o tipo de trabalho que deviam executar, caracterizado pela rotina, a falta de criatividade e tendo como fim unicamente a obtenção de uma remuneração. Parecie-lhes inadmissível o desperdício de energia e de inteligência (a sua e a dos outros)resultante duma concepção de trabalho e de cidadania que desprezava a participação total da pessoas. Essas mulheres e homens que constituiam o grupo tinham experiências e qualificações académicas e profissionais, assim como percursos políticos e pessoais, bastante diferentes - havia operários, directores, economistas, engenheiros, psicólogos, biólogos, ex-militantes de esquerda ou de extrema esquerda, católicos e laicos ou ateus.
Em fins de 1979, no seguimento dessa reflexão sobre a sociedade portuguesa e sobre a sociedade em geral, decidiram empenhar-se numa empresa diferente, numa cooperativa. Esta visava intervir procurando encontrar soluções para:
- valorizar a pessoa e a sua participação nas organizações e no desenvolvimento
- assegurar o envolvimento das populações nos projectos que lhes dizem respeito
- assegurar que as técnicas sejam um factor de dinamização em harmonia com as Pessoas e o Ambiente.
A pouco e pouco, com grandes dificuldades, a SEIES foi alargando a sua acção ajudando a criar uma federação de cooperativas de produção, tornando-se consultora de politicas de desenvolvimento e de formação para uma parte importante do sector cooperativo. Trabalha ao mesmo tempo com grupos de mulheres rurais na produção de artesanato, apoiando a sua organização e evolução para iniciativas empresariais. Desenvolvendo a suas actividades junto de grupos de mulheres, lança acções de formação de alternativas para públicos em situação dificil - passa a dar assessoria a uma Escola de Circo e depois a uma Escola de Teatro, ou a uma cadeia de Mulheres.
cooperative
, Portugal, Lisboa
Other
SEIES=SOCIEDADEDE ESTUDOS E INTERVENÇAO EM ENGENHARIA SOCIALE, 1993 (PORTUGAL)
IRED NORD (Innovations et Réseaux pour le Développement) - Via Tacito 10. 00193 ROMA. ITALIA. Tel (19)39 6 320 78 49. Fax (19)39 6 320 81 55. E-mail irednord@geo2.poptel.org.uk - www.ired.org