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Breve historico da articulaçao do Dialogo com o Centro de Comunicaçao da ABVP

Marcio VIEIRA DE SOUZA

04 / 1993

Durante o ano de 92 e primeiro semestre de 93, a regional sul da ABVP realizou cinco encontros. Sendo dois regionais, realizados em Lages e Curitiba e tres estaduais (PR em Curitiba, RS em Porto Alegre, SC em Florianopolis). Aconteceram tambem varias reunioes de organizacao da ABVP nos estados do Parana e de Santa Catarina durante o mesmo periodo. Nestes encontros entre outros temas, discutiu-se a implementacao de videotecas e a proposta de implementacao dos Centros de Comunicacao Popular estimulados pela ABVP. As videotecas - uma para cada estado - foram definidas dentro do criterio de que deveriam ser implementadas em locais onde ja houvesse um trabalho importante com video e comunicacao popular, mas que nao houvesse ainda estrutura na area especifica. A ideia e descentralizar e reforcar os trabalhos existentes.

Com esse mesmo sentido, foi aprovado a instalacao do primeiro Centro de Comunicacao Popular da ABVP na regional Sul, ficando sediado em Florianopolis no estado de Santa Catarina.

O movimento popular e sindical de Santa Catarina ja fazia por merecer um centro de comunicacao e cultura popular que pudesse - inclusive na area de video - finalizar os materiais atraves de uma ilha de edicao. O estado tem participado da ABVP desde seu inicio e possui uma discussao sobre democratizacao da informacao e a importancia desta luta para os movimentos sociais.

Juntamente com a discussao da ABVP Nacional em 1991 e 1992 paralelamente na regiao sul do Brasil aconteceram varias discussoes sobre a importancia de articular redes de comunicacao e sobre a necessidade de centros de comunicacao popular. Podemos destacar basicamente tres foruns que discutiram essas questoes:

  • o primeiro foi o Movimento pela Democratizacao da Comunicacao de Santa Catarina que culminou com o incentivo da criacao de uma Fundacao pela Democratizacao da Informacao, a FUNDACAO ADELMO GENRO FILHO. Essa FUNDACAO foi formada em 92 basicamente com apoio de sindicatos urbanos da Grande Florianopolis (Sind. Jornalistas, Sind. Eletricitários, Sind. Bancarios, Sind. Professores Estaduais, Sind. Professores Universitários e ONGs).

  • a segunda articulacao aconteceu no meio rural, onde cerca de oito ONGs (organizacoes nao-governamentais)dos tres estados do sul que participam da Rede de Tecnologias Alternativas (Rede T.A.), depois de varios foruns especificos de comunicacao, resolveram criar a Rede Pixurum de Comunicacao Popular, fazendo inclusive um projeto comum de atuacao e busca de financiamento.

  • o terceiro forum foi a propria ABVP e suas articulacoes. A ABVP como uma associacao que representa um movimento de video popular, esteve presente de uma forma ou de outra, nas discussoes dos foruns anteriores, dos movimentos e articulacoes de comunicacao popular, bem como em outros eventos esporadicos.

No estado de Santa Catarina, essas discussoes em relacao a criacao de um Centro de Comunicacao Popular foram estimuladas pela regional da ABVP e contaram com a decisiva participacao de duas entidades que sao antigas associadas (Centro Vianei de Educacao e Centro de Documentacao e Informacao Popular-CEDIP)da ABVP no estado.

No estado catarinense, por caracteristicas conjunturais especificas, ainda nao existia nenhum centro que atuasse na area de comunicacao e cultura com abrangencia estadual e nem existe equipamento para finalizacao (edicao)dos materiais de video a um preco acessivel ao movimento popular. Por causa dessa conjuntura e com o estimulo da ABVP, atraves do projeto CROCEVIA, a ABVP de Santa Catarina discutiu no ano de 1992 com varios grupos e movimentos sociais a criacao de um Centro de Comunicacao Popular autonomo, que tivesse como base o estimulo ao trabalho em parceria e que estimulasse a luta pela democratizacao da informacao.

Entre os grupos e movimentos sociais que de forma diferenciada estao participando da discussao e da criacao do Centro, podemos destacar: CEDIP, VIANEI, CECA-SC, Fundacao Adelmo Genro Filho, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua (MNMMR), Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.

Desde o segundo semestre de 1992, houveram varias reunioes e articulacoes que definiram a criacao de um Centro de Comunicacao e Cultura Popular autonomo com apoio da ABVP e do Projeto CROCEVIA. A expectativa e a conjuntura local, oportunidades de apoio, demanda e necessidade local e as articulacoes politicas acabaram definindo a fundacao de uma ONG autonoma com o apoio concreto de entidades e projetos para o Centro de Comunicacao.

A partir deste quadro de adiantamento das articulacoes politicas a nivel de Santa Catarina e Sul do Brasil, a direcao nacional da ABVP, avaliou que os dois primeiros centros a serem instalados seriam o de Florianopolis e o de Brasilia (regional Centro-Oeste)que tambem esta em fase adiantada.

Apesar do atraso do repasse de verbas por parte da ABVP/Crocevia, em face da conjuntura internacional, a articulacao cresceu e no dia 06 de janeiro de 1993 foi fundado oficialmente o DIALOGO-Cultura e Comunicacao, uma associacao civil sem fins lucrativos, autonomo e independente que tem como objetivo lutar pela democratizacao da informacao. Para concretizar o inicio do centro (através do Centro Vianei e da Rede Pixurum)foi negociado o apoio por um ano da Fundacao para o Progresso do Homem com sede em Paris para o DIALOGO. Assim o DIALOGO inicia seu trabalho se tornando um "Observatorio Mundial de Comunicacao" e participando de uma rede de documentos informatizados sobre cultura e comunicacao. Alem disso, DIALOGO conseguiu junto ao Estado com apoio e parceria de outras duas ONGs (CAPROM e GAPA)a cessao de um espaco fisico para sede, que esta sendo negociado para ser reformado pela Prefeitura Municipal de Florianopolis. Com a decisao nacional da ABVP, DIALOGO sera responsavel pelo centro de Comunicacao da ABVP, tendo esse como um de seus programas chaves.

Palavras-chave

ONG


, Brasil, Florianópolis, Santa Catarina

Comentários

DIALOGO-Cultura e Comunicacao esta discutindo uma regulamentacao interna de uso do futuro equipamento do Centro de Comunicacao da ABVP que sera sediado pela entidade - esse equipamento continuara como propriedade da ABVP - com diferenciacao entre materiais para socios e nao socios da ABVP, preservando a autonomia do centro e do equipamento da ABVP e do DIALOGO.

Notas

Esta ficha foi baseada em um texto apresentado por Cristiana Tramonte e Marcio Vieira de Souza em uma reuniao de avaliacao do centro DIALOGO em Florianopolis, com a presenca de Valeria Guimaraes (ABVP-SP)e Maurizio Paffetti da CROCEVIA - Italia.

Fonte

VIEIRA DE SOUZA, Marcio, DIALOGO CULTURA E COMUNICACAO (BRASIL)

Dialogo Cultura e Comunicacao - Rua Dep. Antonio Edu Vieira, nr.65, apt. 204/D, Bairro Pantanal, Florianópolis-SC, BRASIL - Brasil - mvsouza (@) univali.br

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