E importante, ao abordarmos a questao da reduçao dos niveis de consumo - que implica, na logica dominante, na reduçao da produçao - enfatizarmos que a questao da geraçao de trabalho e renda deve ser trabalhada de forma concomitante, de modo a nao agravar ainda mais o problema. Ha que encontrar novas alternativas que conciliem estes dois objetivos.
Retomando os dados sobre o aluminio: fica claro que o tratamento dado ao custo da energia - aliado ao enorme arsenal de incentivos e subsidios concedidos as exportacoes - faz com que a populaçao brasileira pague um alto preco para que os consumidores dos paises ricos tenham acesso a um produto artificialmente barato, abrindo caminho para um consumo excessivo e perdulario.
E o problema dos subsidios e incentivos a exportaçao nos remete a um outro que, voces me perdoem, mas tenho que abordar e o da divida externa, assunto que anda meio proibido, dado como resolvido. No ano passado, o Brasil, entre juros e amortizaccco, remeteu ao exterior mais de 20 bilhoes de dolares.
Os compromissos com a divida externa sao, ainda hoje, um entrave as mudancas em nossa politica industrial e de comÚrcio exterior de que necessitamos para buscar o caminho do desenvolvimento e da preservaþÒo do meio ambiente. A necessidade de gerar ingressos em moeda estrangeira e nao so fator determinante da politica de exportaçao massiva de recursos naturais, como tambem impeditivo da implementaçao de um verdadeiro processo de ajuste, que tenha em conta os interesses da populaçao brasileiraa
Nao se trata aqui de fazer a critica facil, mas tambem nao e o caso de deixar as coisas como estao. De fato, o Brasil nao tem condicoes de enfrentar os credores externos sozinho. E do ponto de vista estrategico, seria importante enfatizarmos esta vinculaçao entre a divida e o meio ambiente, propondo a comunidade internacional bases para novas aliancas e acoes.
E possivel provar, por este caminho, que sustentabilidade nao e compativel com desigualdade. Ou seja, que se o Terceiro Mundo prosseguir exportando materia-primas a prevos baixos e importando produtos manufaturados, a desigualdade, como tem ocorrido, so tende a se aprofundar. E este circulo vicioso so pode ser rompido com uma serie de medidas que levem a uma nova e mais justa distribuiçao do trabalho, da riqueza e da renda, ao nivel nacional e global. Afinal, alguem e capaz de citar o exemplo de um pais que tenha superado a pobreza atraves da exportaçao de produtos primarios ou mesmo semi-elaborados?
Assim, sao necessarias acoes tanto a nivel nacional quanto internacional. Um bom exemplo e o da proposta europeia de criaçao de um eco-imposto sobre materias-primas. Apos percorrer todo esse caminho de facilidades, o aluminio, ao chegar ao Primeiro Mundo, sofreria uma taxaçao, e uma parcela desta seria destinada aos paises em desenvolvimento. Ora, entao para que tantos subsidios aqui? Facamos o contrario: em vez de facilitar, vamos dificultar, vamos taxar a exportaçao destas materias-primas. E claro que estamos conscientes de que, para isto, ha quere formular os mecanismos atuais de regulamentaþÒo do comercio internacional, reencaminhar a questao da divida etc.
Mas a reformulaçao dos padroes de consumo, muito ao contrario, nao e um problema meramente economico. Ja se falou, e nao vou repetir, da questao do acesso a tecnologia, da propaganda, que faz as pessoas consumirem mais e mais.
agenda 21, meio ambiente, desemprego
, , Brasil
Ficha preparada por FIGUEIREDO, Hermila
Relatório
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