(SEIES: auto-évaluation et évaluation 3)
07 / 1993
O que pensam os membros da cooperativa Em relação aos objectivos iniciais e a quilo que sempre foi designado por "filosofia SEIES" há o sentimento de que, apesar do itinerário sinuoso, o trajecto se mantém. A cooperativa é um espaço de realização pessoal, com um trabalho que vai no sentido de uma sociedade menos desiquilibrada socialmente e mais solidária. Apesar de algumes tentativas, tem sido possivel manter uma grande independência em relação ao sistema de encomendas partidárias que, certamente, podiam facilitar a obtenção de trabalhos e financiamentos. O seu rigor parece muitas vezes traduzir-se em rigidez tanto não utilização de amizades para facilitar financiamentos de projectos como na apreciação de organismos similares que se deixam conquistar pela facilidade em obter fundos mediante algumes concessões. Como empresa, a carteira de encomendas está cheia até ao fim de 1994, vivendo-se dificuldades de tesouraria como a generalidade das empresas. A cooperativa é reconhecida pela qualidade do trabalho que realiza, pela sua capacidade inovadora e pela sua seriedade. Também è reconhecida (e criticada)a sua incapacidade a fazer marketing, tanto através de documentos, folhetos ou de audio-visuais, como de fórmulas de relacionamento interessado. A experiência autogestionária da SEIES é considerada, pelos seus membros, como extremamente enriquecedora, apesar de dificil. Há uma preocupação, de todos, em não viver na base de racionalidade empresarial - há que tomar em conta as necessidades e situações pessoais, directamente, e procurar compromissos explícitos. Também a vivência mulher/homem, as relações afectivas e de poder, a igualdade e as diferenças no dia a dia, provocando tensões e conflictos, discutidos e aasumidos constituem uma poderosa fonte de enriquecimento pessoal e colectivo.
Dificuldades: As principais dificuldades que a cooperativa encontra são as seguintes:
- actualmente pode-se dizer que todo o trabalho na área do desenvolvimento, sobretudo o que tem a ver com populações carenciadas, passa pelo FSE (European Social Fund). Isto faz criar uma demasiada dependência comercial e financeira de uma só entitade.
- em consequência disso, a cooperativa vive permanentemente uma situação de grandes dificuldades de tesouraria, impossibilitando uma gestão eficaz
- o financiamento de projectos decorre de lógicas e regras administrativas que resultam duma concepção de organização taylorista; a SEIES funcionando em "equipes de projecto", exigindo muita coordenação e, por vezes, intervenção simultânea de vários técnicos é penalizada por não poder considerar esses sobrecustos
- os custos duma gestão afectiva importante - a autogestão não é uma forma de gestão "harmónica" - têm de ser suportadas pela cooperativa
- uma grande dificuldade em recrutar quadros tendo em conta a grande exigência de ordem técnico-profissional e simultaneamente filosófica, pelo menos na sua prática
- os custos de formação interna - estudo, reuniões de discussão, participação em ctividades externas, compra de documentação - ultrapassam os 10% da massa salarial e são suportados pela cooperativa, que não tem benefeciado de quaisquer financiamentos para esse efeito.
Avaliação Externa
Pode-se dizer que a SEIES constitui um projecto empresarial que, nos seus objectivos, defende um desenvolvimento sustentado e uma cultura empresarial marginal. Os seus membros beneficiam do direito de "objecção de consciência" em relação a trabalhos encomendados. Entretanto, os projectos realizados e a avaliação dos seus resultados tem merecido uma apreciação favorável das entidades promotoras e financiadoras. A SEIES é reconhecida como diferente na concepção e elaboração de propostas de trabalho, nos meios e métodos que utiliza e nos seus instrumentos de seguimento e controle.
O seu funcionamento interno tem sido um laboratório onde se desenvolve a cultura de igualdade de oportunidades, no quadro das diferenças entre mulher e homem, mas também uma cultura dume gestão que busca a eficácia face a situações complexas de mudança e incerteza. A sua recusa em crescer de forma incontrolada tel-lhe dado capacidade para inflectir a sua orientação face ao mercado em que se insere (por exemplo, abandono dos "segmentos" PALOP, cooperativismo, energias alternativas).
Sintéticamente pode-se apontar os seguintes pontos que constituem a riqueza desta cooperativa, como empresa:
- visão estratégica integrada de crescimento económico e de desenvolvimento social e técnico, assim como de oportunidade de productos
- capacidade de formular objectivos organizacionais, analizar as forças e limitações internas dos projectos e as condições externas que os rodeiam e formular alternativas para alcançar "Sinais de Vida" ou ventos de mudança
A suas principais fraquezas situam-se essencialmente a nível de: - estrutura de organização informal (tipo familiar)com recurso frequente a mecanismos não convencionais
- insuficiente capacidade de establecer metas de expansão sustentada.
coopérative, entreprise, développement alternatif
, Portugal, Lisboa
Autre
SEIES=SOCIEDADE DE ESTUDOS E INTERVENÇAO EM ENGENHARIA SOCIALE, 1993/03 (PORTUGAL)
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