Republica da Ignorancia

O Brasil mergulha fundo no analfatismo. Dados do IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e Estatisticas)dao 18% da populacao como "analfabetos", ou cerca de 26 milhoes de pessoas. Este indice, ainda elevado, so vale se for levado em conta um mal aplicado criterio de "saber escrever um bilhete simples". Um conceito de alfabetizacao mais exigente icluiria 60 milhoes de brasileiros na categoria de analfabetos. O "bilhetinho" e estatico, pode medir se um individuo le alguma coisa, mas nada diz acerca do acesso desse mesmo individuo a cultura.

Pesquisadores ligados aos servicos de estatisticas educacionais defendem criterios que estabelece quatro anos de estudo como o tempo minimo para que os individuos sejam considerados efetivamente alfabetizados, sem o perigo de regressao. No Brasil, quase metade da populacao de mais de 10 anos nao completou este ciclo.

Em contrapartida os programas de alfabetizacao nao tem dinheiro nem sao prioritarios para o governo. Antes mesmo de completar seu primeiro ano de existencia o Programa Nacional de Alfabetizacao e Cidadania (PNAC), lancado em 1990 pelo entao presidente da Republica Fernando Collor de Melo, foi boicotado pelo seu proprio criador, o governo federal.

O PNAC que estava vinculado a Secretaria Nacional da Educacao Basica, deveria receber Cr$ 70 bilhoes e recebeu apenas 30% desta quantia.

Este Plano foi criado para financiar iniciativas publicas ou privadas de ensino. O Estado de Sao Paulo deveria receber Cr$ 44 milhoes, mas nada deste dinheiro apareceu.

No caso dos convenios com entidades, o problema se repetiu. O Sindicato das industrias da Construcao Civil de Grandes Estruturas de Sao Paulo, por exemplo, chegou a dar inicio a um projeto de alfabetizacao de trabalhadores do setor. O Projeto valeu a assinatura de uma carta de intencoes por parte do governo, para liberacao de verbas do PNAC, o que acabou nao acontecendo tambem.