(Consigner par écrit, un vrai défi pour l’éducateur)
06 / 1997
São tantos os desafios que nos impõe essa atual conjuntura que muitas vezes não conseguimos realizar o que desejamos no nosso trabalho de educadores.
Um destes desafios é saber registrar as nossas atividades, é escrever nossos projetos, é definir nosso objetivo de trabalho, nossas metas (curto, médio, longo prazo), ou simplesmente elaborar um fax para uma agência de cooperação.
Nessa hora observamos como é frágil nossa educação, como aprendemos "mal" a colocar no papel nossos desejos/sonhos, seja numa redação para vestibular, seja numa poesia de adolescente, seja até numa carta de amor ou simplesmente na interpretação de um texto de escola.
Não é fácil se expressar com o papel, quando nossa cultura é oral, quando o incentivo é para que expressemos tudo na fala, no gesto.
E essa dificuldade segue em frente pelas nossas vidas - escolar, de trabalho - até que um dia somos solicitados a elaborar um projeto, um relatório de atividades, um plano de aula. E aí, bate aquele medo! Como resolver essa bronca?
Corremos prum lado, pedimos socorro, relemos mil relatórios, copiamos trechos de um e de outro, e sentimos nossa falha, nossa dificuldade enorme de saber escrever com clareza, com objetividade.
O pior é que quem trabalha com educação sabe que pode demorar, mas um dia essa necessidade se fará presente, e sempre com urgência: "para ontem".
Nesse momento de tantas solicitações, prazo, clareza, estética, etc ficamos atordoados e levamos a situação no improviso, com mil dedos em cada mão. É por essas e outras que vale a pena "treinar" o escrever em registros" diários das aulas (para nós mesmos), em cartinhas simpáticas para os amigos, etc. E aproveitar o BAM, que temos nas nossas mãos, e que é um espaço de troca supimpa, pois não precisamos escrever só sobre educação ou sobre trabalho ou sobre algo "sério". Podemos utilizá-lo para refletir a vida, para discorrer sobre aquele último filme que nos tocou de uma maneira especial ou mesmo para filosofar, poetizar, conversar.
Entendo como um prazer poder dividir o que penso com outras pessoas, até desconhecidas, que podem discordar, aceitar ou não o que sinto. Mas sei que o fato de ir colocando sentimentos no papel soa como mais uma folhinha ao vento, que junto com outras folhas irão formar um tapete nesse chão do tempo.
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, Brésil, Recife, Pernambuco
Stimuler la systématisation d’expériences pédagogiques
Margarida faz parte do Coletivo de Educadores de Jovens e Adultos de Pernambuco e integra a Comissão de Interligação desse Coletivo.
Através do insentivo à produção e leitura de fichas de capitalização de experiências pedagógicas, a rede BAM pretende favorecer a um processo de formação continuada junto a coletivos de educadores de jovens e adultos (hoje, existentes nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco). Está apoiado numa metodologia que valoriza a autoria e promove a interação entre educadores de diferentes contextos.
Texte original
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