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diálogos, propuestas, historias para una Ciudadanía Mundial

Combate ao Frio - 1

Apresentação histórica

Alessio SURIAN

07 / 1993

As condições de partida, para criação desta iniciativa empresarial tem características comuns a um grande nùmero de grupos de mulheres saídas de cursos técnico-profissionais; quanto à falta de pragmatismo nas estratégias que lhe lhes são aconselhadas, nomeadamente:

- constituição do grupo inicial em função da formação profissional anterior reagrupando um grande nùmero de trabalhadoras e manutenção do trabalho a tempo completo independentemente do volume de vendas ser insipiente (ou inexistente);

- legalização da iniciativa empresarial (frequentemente cooperativa)mesmo que inexistentes as práticas de organização e gestão, nomeadamente ao nivel das implicações legais;

- consequente necessidade de recurso a financiamentos a fundo perdido (FSE), a fim de manter a estrutura criada;

- cepticismo/oposição da comunidade.

Estas condicionantes, bastante adversas ao desenvolvimento de capacidades empresariais são responsáveis pelo insucesso de muitos destes grupo. Neste caso, é de realçar que este grupo de mulheres não desistiu quando os primeiros financiamentos acabaram.

Em 1986 15 mulheres participaram num curso de "Formação de Técnicas e Artes Artesanais" organizado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)e pelo Instituto de Assuntos Culturais (ICA). Contactos posteriores com a Commissão da Condição Feminina (CCF), que apoiava outro grupo da região permitiram apoios nas áreas de contabilidade, gestão e criatividade. Constituido em cooperativa em 1987 o grupo teve apoios para construção da sede e Creche anexa. Dadas as solicitações da população/mulheres da aldeia, criaram em conjunto com o grupo desportivo e outros leaders uma "associção de solidariedade social da Relva", para criar e gerir um infantário e outros melhoramentos para a aldeia da Relva (na encosta da Serra de Montemuro - no Centro/Norte de Portugal).

A partir de lã produzida localmente, utilizando técnicas de cardagem e fiação em padrões tradicionais, começaram por reactivar a produção de luvas, barretes e meias usadas na região e hoje fazem a confecção de camisolas, casacos e coletes. A tecelagem manual das suas avós foram buscar "o como se faz" dos tecidos com que se defendiam do frio, como por exemplo o famoso "serrubeco" (lã fiada grosseiramente); agora são produzidos por encomenda para saias, aventais e cortinados. Actualmente estão associadas na cooperativa 11 mulheres, a maioria casadas com filhos. Em simultaneo com o trabalho na cooperativa ocupam-se da agricultura familiar - trabalho que desempenhavam em exclusivo antes da constituição do grupo. 7 mulheres com idades de 35 a 48 anos têm 3 a 4 anos de escolaridade, 4 mulheres mais jovens de 27 a 30 anos têm 9 a 12 anos de escolaridade. Todas as trabalhadoras sabem fazer o tratamento da la virgem até à fiação manual, bem como tricotar à mão. Duas mulheres fazem as tecelagens em teares tradicionais, duas outras executam o tricot em máquinas manuais. Para a maioria destas mulheres trata-se do primeiro trabalho com remuneração regular.

Financiamentos e Patrimónios

Esta iniciativa empresarial começou por funcionar (1986 a 1988)na "Loja" dos animais, por baixo da casa da lider do grupo, executando tricot manual (tradicional), a partir da lã comprada aos pastores locais. Em 1987 recebem um financiamento (700 mil escudos)da Rede Europeia das ILE’s de mulheres. No mesmo ano recebem diversos apoios em dinheiro, em materiais e em mão de obra (totalizando um valor patrimonial de 2.500 milhares de escudos). Durante os anos de 1989 a 1992, a cooperativa desenvolve uma estratégia de captação de financiamentos (assente em 2 vertentes):

- para a criação de postos de trabalho temporário para que por um lado permitam a realização de alguns trabalhos na cooperativa e por outro beneficiam directamente mulheres desempregadas da aldeia ou jovens à procura do primero emprego. No entanto a manutenção destas pessoas no fim do financiamento é quase impossivel devido à situação económica da cooperativa, e pelo facto de as cooperadoras/trabalhadoras ganharem (à peça)pelo que recebem apenas 1/3 do subsídio que recebem as trabalhadoras financiadas;

- para conseguir apoios técnicos para reforço e consolidação da cooperativa, recorrendo a diversos organismos, pùblicos e não governamentais.

Foi assim possível obter financiamentos para cursos de formação ou reciclagem em tecelagem, corte e costura ou para intervenções globais de consultoria à comercialização, à gestão, ao estilismo. Esses financiamentos não só pagavam os custos de formação ou de consultoria, como os salários das trabalhadoras em formação. Tambèm conseguiram financiamentos para edição de catálogos ou para participar em feiras de artesanato ou encontros de mulheres.

Palabras claves

cooperativa, artesanía, mujer


, Portugal, Relva

Fuente

Otro

SEIES=SOCIEDADE DE ESTUDOS E INTERVENÇAO EM ENGENHARIA SOCIALE, 1993 (PORTUGAL)

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