08 / 1996
"O educador e a demanda atual da sociedade" foi o tema apontado para nossa reflexão no VI Seminário do Coletivo de Pernambuco.
Quero aqui fazer um parêntese para falar da importância deste coletivo, pois considero um espaço ímpar, onde conseguimos realmente elaborar e viver o processo riquíssimo de produção de conhecimento. Em vários momentos vivenciamos a descoberta e o prazer da crianção.
Este VI Seminário, realizado em Caruaru traz como pano de fundo o modelo neo-liberal e a crise dos paradigmas, considerando que o momento é de diversidade, onde temos vários referenciais, várias verdades. Os valores, os conceitos estão num processo de mudança, tudo é questionável, a incerteza ganhou um lugar considerável na construção do nosso caminhar.
E o educador, a escola, como estão situados neste contexto?
A escola deve ser um dos espaços que favoreça a reflexão desse momento atual de transição, um espaço de resistência apesar das relações ainda se estabelecerem de forma tão autoritária.
O processo é de aprendizagem do exercício democrático, onde a negociação é uma prática necessária, e considerar as especificidades, o sentir, o pensar e o agir de cada um, de um grupo que é fundamental. Daí é de suma importância um tempo de maturação do novo, saboreando esse processo de construção de estratégias de participação, de mudanças, de conquistas.
Para o educador a exigência é de flexibilidade, de estar sempre atento, ligado; a relação com o aluno é essecialmente inteira, honesta, verdadeira, competente, desgarrada do maniqueísmo; sem querer ser o salvador da pátria sem, no entanto, se omitir diante do que está ao seu redor. Seu papel é o de possibilitar o pensar e a pesquisa, contribuindo para que o aluno e ele próprio se situe, se aproprie, compreenda melhor a realidade e possa decidir, optar e transformá-la, como diz Beto Guedes e Ronaldo Bastos na música Amor de Índio "...que alimenta horizontes o tempo acordado de viver".
Questões mais específicas foram abordadas nas discussões sobre a violência física, moral e social, a sexualidade, a religião, a família e outros, dentro das demandas atuais da sociedade. Ficando a indagação: de que forma estes temas são contemplados nos currículos escolares, porém certos de que esta inclusão tem que existir.
educación popular, educador, cambio social
, Brasil, Caruaru, Pernambuco
Através do insentivo à produção e leitura de fichas de capitalização de experiências pedagógicas, a rede BAM pretende favorecer a um processo de formação continuada junto a coletivos de educadores de jovens e adultos (hoje, existentes nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco). Está apoiado numa metodologia que valoriza a autoria e promove a interação entre educadores de diferentes contextos.
Texto original
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