04 / 1996
Os representantes do Banco, de modo geral, mostraram-se tambem receptivos a maioria das propostas apresentadas. Foi enfatizada a necessidade de fortalecer a açao conjunta dos tres atores representados no Encontro, bem como das comunidades diretamente interessadas. E que isto deve ser traduzido numa colaboraçao que se de desde a etapa da formulaçao dos projetos, da definiçao das prioridades, passando por sua implementaçao e terminando pela avaliaçao dos resultados.
Da sessao de encerramento do Encontro, destacamos a reaçao de Shahid Javed Burki, Vice-presidente Regional do Banco Mundial, as propostas apresentadas.
Este reconheceu inclusive os efeitos das crises atuais em nossa regiao sobre as camadas mais pobres, bem como o papel que as ONGs devem repre sentar no tocante a transformaçao deste quadro. Afirmou tambem seu apoio a proposta de que as ONGs devem participar e influir na elaboraçao das definicoes mais gerais das politicas em questao.
De toda forma, a impressao geral e de que, apos superada uma primeira fase, as ONGs e comunidades diretamente envolvidas obtiveram o reconhecimento de serem capazes, por sua inserçao e pratica, de fazer com que os recursos destinados a projetos sociais sejam aproveitados de maneira mais eficaz do que aqueles geridos e implementados exclusivamente pelo Estado.
No entanto, o Banco e os governos devem deixar de encara-las apenas como executoras de projetos previamente elaborados, reformulando sua politica de participaçao da sociedade civil. Ja quanto a abertura do Banco ao dialogo sobre as politica mais gerais, como as de ajuste economico, o Encontro nao apresentou, a nosso ver, progresso efetivo. Como tais politicas, reafirmarmos, estao na origem dos problemas abordados, sua inclusao efetiva na agenda de debates deve seguir sendo nossa prioridade.
Para isto, devemos igualmente investir esforcos no sentido de atuar de maneira cada vez mais articulada, capacitando-nos tambem a formular mais objetivamente novas alternativas para o combate efetivo a pobreza. Nesta direçao, a Rede Brasil sobre Instituicoes Financeiras Multilaterais, recentemente criada, podera se constituir numa importante iniciativa, no sentido de dar maior substancia e efetividade a nossas propostas e desejos.
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, América Latina
Os problemas relacionados a divida externa nao terminaram. A crise mexicana, acompanhada da saida massiva de capitais externos, prenuncia serios problemas quanto ao pagamento da divida por parte dos paises da regiao. A divida para com os organismos multilaterais vem crescendo nos ultimos anos, apesar dos pagamentos virem se apresentando maiores que os emprestimos concedidos, nos ultimos anos. Na pratica, boa parte dos creditos pretensamente destinados ao combate a miseria estao sendo desviados para o pagamento de juros da divida externa.
Outras medidas de ajuste que consideramos importantes para a erradicacao da pobreza:regulamentar a movimentacao de capitais; elaborar uma politica consequente de subsidios; definir uma politica de privatizacoes que leve em conta o impacto desta sobre os setores de baixa renda.
Por fim, consideramos que devem ser ampliados os emprestimos destinados a formacao de recursos humanos; que os programas do Banco Mundial devem fortalecer o papel regulador do Estado e suas politicas sociais; e que o Banco deve financiar pesquisas sobre a pobreza e sua evolução.
Documento de trabajo
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