No século XIX, Napoleão Bonaparte avançava com seu poderio militar por toda a Europa. Pouco a pouco os governantes dos países eram subjugados pelo império napoleônico. Em meio a esta situação, o governante de Portugal, Dom João VI, decide se refugiar em uma de uma de suas colônias, o Brasil, com objetivo de fugir de possível atentado do império francês. Com a chegada ao território brasileiro, Dom João VI tomou uma medida que não somente mudaria os rumos da economia nacional, mas propiciaria também o desenvolvimento da imprensa: a abertura dos portos. Sofrendo pressão por parte dos Ingleses, que devido a Revolução Industrial detinham um expressivo poder econômico na época, Dom João VI, representante do império português em decadência, viu-se obrigado a fazer determinados acordos com os ingleses, e dentre este estava a abertura dos portos para os produtos anglo-saxônicos, que posteriormente possibilitou a presença de outros povos parceiros do Brasil. Esta abertura providenciou, além de uma abertura econômica, uma variabilidade de culturas e de costumes, já que devido aos portos, houve uma maior circulação de estrangeiros no território brasileiro, propiciando uma troca cultural expressiva. A informação e a troca de conhecimentos exige meios de comunicação para serem veiculadas, então neste meio social surgiu o primeiro tipo de imprensa no Brasil. No dia 10 de setembro de 1808 foi publicado o primeiro jornal brasileiro oficial: “A Gazeta do Rio de Janeiro”. que publicava notícias sobre a natureza européia, documentos oficiais, as virtudes da família real, enfim, divulgava pontos a favor da família real e suas origens. Para fazer antagonismo com este tipo de notícia, em paralelo criou-se os jornais não oficiais. “O Correio Brasiliense” ou “Armazém literário”, de Hipólito José da Costa, maçônico foragido que redigia o jornal na Inglaterra e exportava por meio de contrabando para o Brasil, tinha mais de 100 páginas. Era vendido, em média, uma vez por mês. Assim nascia a imprensa no Brasil, tardia, já que nas demais colônias o jornalismo já era existente desde o século XVI. A imprensa sempre atuou como ferramenta para mudanças políticas, e o Brasil, de mesma forma, teve um grupo jornalístico que causou mudanças significativas no cenário social brasileiro. Como exemplo cita-se o jornal “A República”, surgido no Rio de Janeiro, em 1870, que ficou famoso pela publicação do manifesto republicano. Em São Paulo, o “Correio Paulistano” agitava a opinião pública sobre a abolição e a República. Nesta época já havia jornais espalhados por todo o país. Em 1907 tem-se o primeiro jornal editado em cores e, finalmente, em 1910 funda-se a Associação Brasileira de Imprensa. São duzentos anos de imprensa no Brasil, e esta imprensa vive uma crise que é comum a todo o mundo. Devido à internet, que traz informação barata e rápida, os outros meios de comunicação se vêem sem saída no mercado para competir, provocando assim uma desestruturação. Comemorando o bicentenário da imprensa, é necessário se ater a dois pontos: Como proceder com os novos meios de comunicação, incentivando-os de forma correta e séria, como os webjornais e os blogs, cujos papéis exercidos no meio jornalístico são inegáveis, e como reestruturar os meios de comunicação já existentes, a fim de utilizar o que cada um tem de melhor. É preciso unificar o velho estilo de se fazer notícia com o novo, para que ambos, estruturados, possam atuar no futuro.
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, Brasil
É triste perceber que, não somente a economia e o desenvolvimento no Brasil foram atrasados, mas também a incorporação do meio jornalístico como forma de desenvolvimento e circulação de idéias. Evidencia-se que o atraso causa estragos que se arrastam ao longo dos anos. A dívida assumida com os ingleses estende-se até hoje, trocando de nome, sendo repassada a outros credores, se tornando dívida externa, etc. A demora do implemento da imprensa também traz reflexos, que podem não ser tão visíveis como os problemas econômicos, mas que trazem efeitos com igual profundidade. È importante perceber o papel que a imprensa tem, quando incentiva o surgimento da República, e depois quando comemora a existência da mesma. A imprensa, assim como o Estado, procura agir como um interesse do povo, e para o povo.
MARQUES, José Reinaldo. Imprensa no Brasil, 200 anos, www.abi.org.br/primeirapagina.asp?id=2066, 27\06\2007
BERNADES, José. 200 anos de imprensa no Brasil:tempo de reflexão na era dos bits.portal.in.gov.br/200anos/Artigos/200-anos-de-imprensa-no-brasil-tempo-de-reflexao-na-era-dos-bits/
FENAJ - Site da Federação Nacional dos Jornalistas , 200 anos da imprensa no Brasil: marco histórico a ser comemorado com luta www.direitoacomunicacao.org.br/novo/content.php?option=com_content&task=view&id=3512
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