Um sonho possível : constituirmos um espaço onde juntos poderíamos ser mais do que isolados em nossas experiências

Quando, há um ano atrás, educadores de diferentes instituições do Estado do Rio de Janeiro se reuniram pela primeira vez em caráter preparatório às Conferências Latino-Americana e Internacional de Educação de Adultos, um sonho foi plantado - o de constituirmos um espaço onde juntos poderíamos ser mais do que isolados em nossas experiências. Não tínhamos ainda a dimensão do possível, alimentávamos somente o sonho.

Um ano se passou e o sonho se transformou em realidade, realidade que hoje comemora um ano de atividades intensas, onde tentamos não dissociar aspectos fundamentais da educação: o político e o pedagógico.

Na qualidade de representante das organizações da sociedade civil, envolvidas com o tema Educação de Jovens e Adultos, temos sido parceiros dessa aventura por acreditarmos que um espaço como o fórum possibilita a troca de múltiplos pontos de vista, o fortalecimento das experiências e, sobretudo, permite a visibilidade necessária das práticas de Educação de Jovens e Adultos.

No pensamento do escritor Albert Camus encontramos um trecho que consideramos muito inspirador para os trabalhos que serão desenvolvidos no dia de hoje (aniversário de um ano do Forum de Educadores de Jovens e Adultos do Rio de Janeiro - Fórum EJA 1). Diz ele:

« Já se disse que as grandes idéias vêm ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos em meio ao estrépito de impérios e nações, no discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança jaz numa nação; outros, num homem.

Eu creio, ao contrário, que ela é despertada, revivificada, alimentada por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente, negam as fronteiras e as implicações mais cruas da história.

Como resultado, brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, constrói para todos. »