Se nas teorias da aprendizagem infantil pode-se acreditar, por muito tempo, que a criança era como "uma folha de papel em branco "diante da "grandeza" do conhecimento a ser transmitido pela escola, no caso do jovem/adulto é praticamente impossível não rende-se às evidências de que esses indivíduos, no processo de interação com o mundo, estão permanentemente desenvolvendo o seu próprio sistema de raciocínio e de "leitura" da realidade, o que, concretamente, lhes permite agir de forma muito peculiar.
Em se tratando da aprendizagem da matemática, essa constatação pode parecer surpreendente, pois estamos diante de uma ciência exata, o que parece excluir toda e qualquer subjetividade. No entanto, vemos que essa exatidão aplica-se apenas aos seus resultados e que isso não impede que haja múltiplos caminhos a serem percorridos pelo raciocínio lógico-matemático.
No mini-seminário de Matemática que realizamos com o coletivo de educadores do Rio de Janeiro, onde contamos também com a presença do professor/pesquisador Luiz Antônio Garcia tivemos vários depoimentos sobre alunos jovens e adultos que, com pouca escolaridade ou mesmo nunca tendo freqüentado a escola apresentam um raciocínio extremamente complexo, diante de cálculos e/ou situações problemas.
É aí que o professor Luiz Antônio Garcia chama a atenção para esse tipo de conhecimento não sistematizado e não convencional que, sempre que possível deve ser acompanhado e conhecido pelo professor na tentativa de reconstruir o caminho percorrido pelo raciocínio do aluno.
Ou seja, contrariando os métodos através dos quais muitos de nós aprendemos a matemática, não basta decorar fórmulas ou conhecer os "macetes" para se chegar mais rápido ao resultado esperado. O mais importante é saber como se chegou a esse resultado. Assim estamos não apenas conhecendo nosso próprio raciocínio (nosso e do aluno), como também estamos contribuindo para desmistificar essa relação de medo que, muitas vezes temos frente à Matemática.
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, Brazil, Rio de Janeiro
Através do insentivo à produção e leitura de fichas de capitalização de experiências pedagógicas, a rede BAM pretende favorecer a um processo de formação continuada junto a coletivos de educadores de jovens e adultos (hoje, existentes nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco). Está apoiado numa metodologia que valoriza a autoria e promove a interação entre educadores de diferentes contextos.
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