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Quem são os inimigos da Amazônia ?

Ausência de gestão pública eficiente permite exploração desordenada dos recursos naturais da Amazônia

Marcio VIEIRA DE SOUZA, Sergio Luis BOEIRA, Gilberto GONÇALVES, Renata da Silva GORNI

11 / 2008

Segundo o brasileiro, Virgílio Viana, Diretor Geral da Fundação Amazonas Sustentável, existe um grande equívoco quando o assunto refere-se à internacionalização da Amazônia. Este autor refere vários enganos produzidos pela imprensa nacional e internacional ou por sites da Internet que alimentam a suposta idéia do risco da internacionalização da Amazônia como se fosse necessário invadir esta área para exploração econômica. Citando o exemplo da mineração, que é feita por muitas multinacionais em todo o país, alega que isto ocorre com amparo em leis nacionais que permitem que empresas internacionais acessem e, na maioria das vezes ganhem, o direito de explorar riquezas através de licitações onde a preocupação estratégica ou ambiental fica muitas vezes relegada a segundo plano.

Este mesmo autor revela que pior que ficar enfocando a atenção em supostas invasões por estrangeiros é ver a nossa Amazônia ser devastada por alguns brasileiros que desmatam, compram madeira ilegal, plantam soja, promovem grilagem de terras e assassinam líderes de movimentos sociais e cita palavras do falecido Senador da República federativa do Brasil, pelo Estado da Amazônia, Jefferson Peres que disse: “Não tenho tanto medo da cobiça internacional sobre a Amazônia. Tenho medo da cobiça nacional sobre a Amazônia, da ação dos madeireiros, de pecuaristas e de outros que podem provocar, repito, o holocausto ecológico naquela região”.

Ainda segundo Viana, existem quatro componentes principais que podem ajudar a solucionar o problema da Amazônia: 1) Criar um Projeto Nacional para a Amazônia que faça ver que desmatar é contra o interesse nacional. Manter a floresta em pé é essencial para garantir as chuvas tão importantes para a agropecuária e para o abastecimento das hidrelétricas e das populações. 2) Criar Políticas Públicas que viabilizem um desenvolvimento sustentável da região com investimentos em atividades que sejam coerentes com ela, existido já vários exemplos de sucesso que necessitam de maior apoio. 3) Envolver a sociedade civil, universidades e o setor privado em defesa da sustentabilidade procurando combinar conhecimentos científicos com os populares da região. 4) Ser proativos em relação ao interesse internacional cobrando mecanismos financeiros e buscando criar parcerias que possibilitem o desenvolvimento sustentável da região através de discussões e criação de instrumentos científicos e tecnológicos já que esta floresta tem indiscutível importância para todo o nosso planeta.

Key words

ecology, forest ecology, environmental policy


, Brazil, Amazonia

Comments

Ao invés de ficarmos, nós brasileiros, superestimando uma possível invasão internacional da Amazônia, deveríamos criar mecanismos para enfrentar a ganância e a exploração desordenada de seus recursos naturais e buscar apoio nacional e internacional tanto na área científica e tecnológica para enfrentar a problemática desta região que tem tanta importância planetária. O autor expressa uma visão de antagonismo entre o nacional e o internacional numa época em que a globalização dos meios de comunicação e das relações institucionais e políticas entre os países têm evoluído em direção contrária a esta assertiva.

Notes

Esta ficha foi produzida durante uma oficina que utilizou um processo participativo de construção leitura e escrita coletiva em uma disciplina de “Gestão ambiental, ambientalismo e políticas públicas” do Mestrado em Gestão de Políticas Públicas da UNIVALI - Santa Catarina, Brasil. Utilizou como fonte a Revista Eco21. Para saber mais sobre a metodologia utilizada veja a ficha DPH de título: Uma Experiência metodológica participativa na construção de fichas DPH.

Source

Artigo “Os inimigos da Amazônia estão aqui, e são brasileiros”, Virgílio Viana, pg.10, Revista Eco 21, Ano XVIII nº 139, Junho 2008. Disponível em: www.eco21.com.br.

Universidade do Vale de Itajai (Programa de Mestrado em Gestão de Políticas Públicas da UNIVALI-SC (PMGPP-UNIVALI)) - Rua Uruguai, 458- Itajaí- Santa Catarina, BRASIL CEP: 88302-202 - Brazil - www.univali.br

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